7 Mai 2018
Novo projeto do grupo inCentea nasce com os olhos no mundo

Há empresas portuguesas que não fazem sentido sem os mercados internacionais. Quando nascem, já têm inscrito no seu código genético essa marca de trabalho além-fronteiras, como acontece com a widepartner SA, uma empresa do grupo inCentea. Trata-se de um novo projeto que resulta de uma parceria de empresas já existentes no mercado, e já com presença em quatro países, nomeadamente em Portugal, Espanha, Brasil e Moçambique. Foi criada para trabalhar essencialmente com o software de gestão Sage, um software que se apresenta com características internacionais.

“A Sage é ela própria uma multinacional de softwares”, conta Miguel Lopes, um dos administradores do novo projeto, lembrando que a nova empresa surge com uma nova designação para permitir “uma nova identidade em termos de marketing, única e internacional, no sentido de dar resposta a novos mercados internacionais”.

Até aqui, a inCentea trabalhava principalmente com o Primavera, um software de grande referência, dirigido essencialmente aos mercados português e dos PALOP, mais precisamente Cabo Verde, Angola, São Tomé e Moçambique. Com a adoção do Sage X3, a widepartner apresenta aos seus clientes soluções mais globais “dirigidas, por exemplo, às empresas portuguesas que precisam de um software que as acompanhe no processo de internacionalização para países que não sejam os PALOP”, como por exemplo, a América Latina, a América do Norte, o Norte da Europa, o Magrebe, Extremo e Médio Oriente e muitas outras geografias diferentes. Há, ainda, segundo o administrador da empresa, outro mercado abrangido por este software. “Queremos abranger as empresas multi-country, ou seja, com negócios em múltiplos países, ou localizações, que podem ser as grandes multinacionais ou empresas com processos de internacionalização em vários países.”

Como exemplo, Miguel Lopes fala de um projeto de internacionalização que a widepartner tem em mãos com uma empresa alemã, que tem escritórios em Barcelona e no Porto, e precisa de um software internacional. “É uma empresa de outro país com o qual nem sequer trabalhamos, mas que veio trabalhar para um país onde temos intervenção, instalando-se no Porto, e para a qual estamos a instalar um software que pode estender-se a outras geografias onde a empresa está”, explica Miguel Lopes.

O objetivo da empresa é tornar-se um parceiro Sage global, com competências para alargar o seu mercado a países onde ainda não está a atuar. “Queremos ajudar os nossos clientes onde quer que eles estejam”, revela. “Temos um cliente francês que tem uma empresa no norte de Portugal e que tenciona ir para o México, levando com ele uma solução que temos desenvolvida para a área de chão de fábrica, no setor da produção”, exemplifica. “Vamos instalar um software adicional, um desenvolvimento nosso, ou seja, vamos estender esse nosso projeto de Portugal ao México”, revela Miguel Lopes.

A empresa de Leiria tem como objetivo continuar a encontrar parceiros nos países onde já está presente ou em novas geografias, havendo um interesse particular em captar clientes que tenham multi-localização, “este é um vetor estratégico para a empresa”.

Este interesse surge porque, segundo Miguel Lopes, “no universo Sage, esta lógica de parceiros globais, ainda é muito embrionária. “A widepartner é dos primeiros parceiros globais do universo Sage. Existem parceiros franceses que estão em França, parceiros do universo anglo-saxónico que estão em um ou dois países do seu universo, mas nós estamos a tentar ter uma intervenção mais global”. Miguel Lopes revela, contudo, que a empresa começou, naturalmente, pelos países de maior proximidade, como Espanha, ou por países de expressão portuguesa, como é o Brasil ou Moçambique.

Miguel Lopes diz querer “acrescentar valor pela capacidade transmitida da inCentea de estar nos países com pessoas e cultura locais. É uma característica que conseguimos aportar ao projeto da Sage, como parceiros globais”.

A SAGE não é mais que “um ERP completo, com uma característica especial muito orientada para a gestão de produção, das empresas industriais, que são uma boa parte do tecido empresarial global”, refere o empresário.